quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Limpar os cascos é muito importante

Toda a gente sabe a importância de uma boa limpeza nos cascos. Alem de dar conforto ao animal, ajuda a detectar cedo eventuais problemas que possam existir. No entanto, muitas pessoas sentem dificuldade em fazê-lo por não conseguirem que o seu animal levante a mão/pé. Para começar, peça a alguém que o ajude, segurando o animal posicionando-se do mesmo lado em que você pretende fazer a limpeza, assim, caso o cavalo reaja essa pessoa poderá segurá-lo puxando a cabeça do animal contra si.

Vá com calma... Com um cavalo novo, tenha calma, faça o trabalho devagar. Comece por massajar ou dar palmadinhas até que ele se sinta confortável com o toque das suas mãos. À medida que for aceitando esta pratica, a rotina prosseguirá normalmente. Use a mão que está livre para dar palmadinhas por toda a perna desde a espádua até ao casco. Só quando o cavalo se sentir à vontade é que você começa a usar o limpador. Lembre-se que o cavalo tem que sentir prazer em todo o processo, tem que se habituar como uma prática agradável, isto facilitará muito. Quando o animal estiver tranquilo por completo é que se pode amarra-lo com um cabresto e deixar a prática mais segura. Pegar no membro dianteiro... Comece posicionando-se correctamente, ou seja, se vai limpar as mãos, fique em pé ao lado do cavalo. Quando o cavalo já estiver acostumado, ele logo erguerá a mão ao sentir o toque das suas mão nos seus membros. Uma prática segura é empurrar a espádua do cavalo com os seus ombros para que ele desloque o seu peso para as outras patas. Uma vez que a pata está levantada segure-a com uma mão e limpe com a outra. Cuidar dos membros traseiros... O processo é parecido com o dos membros dianteiros, mas talvez um pouco mais complicado devido à conformação do animal (anatomia do jarrete). Primeiro levanta a pata para a frente, só depois vire-a para trás. Para pegar a pata traseira (pé), fique de pé ao lado da garupa na altura da anca do cavalo. É importante ficar bem perto, pois caso o animal tente dar um coice, será mais fácil desviar-se. Apoie as duas mãos na garupa do animal e depois vá descendo por trás do quarto traseiro do animal. Quando as suas mãos atingirem a canela faça leve pressão até que ele dobre o seu jarrete e estenda-o para a frente (antes de vira-lo para trás).Segurando o membro... Segure a pata do seu cavalo distante do chão para que ele perceba que quer mantê-la nas suas mãos. Faça com que perna, joelho e jarrete dobrem naturalmente.Muitas pessoa gostam de, ao segurar os pés, apoiar os cascos entre os joelhos.Limpar o casco... Quando a perna estiver nas suas mãos, ou no seu colo, e o cavalo não estiver a puxar mais, comece a limpeza do casco. Para a sua segurança, nunca limpe enquanto o cavalo estiver a puxar, ou tentando esquivar a pata.O material usado é um limpador de metal, normalmente coberto com borracha onde você segura. Mas, a maioria prefere o modelo de plástico ou ferro. Existem alguns que ainda tem uma escova para fazer a limpeza da sujidade mais fácil.Medidas de segurança... - Com um cavalo novo ou irrequieto amarre-o ou tenha alguém para segura-lo. - Nunca mexa, ou tente levantar a pata sem antes manter um contacto com a parte superior do corpo do animal, pois os mesmos podem reagir dando coices ou pulando de surpresa.- Nunca se sente no chão para limpar os cascos de um cavalo. Você fica sem mobilidade caso o cavalo queira se mexer ou dar um coice.- Nunca limpe os cascos de um cavalo quando estiver descalço, pode ser perigoso.- Caso moscas sejam o problema, passe um spray repelente no seu cavalo, antes mesmo de segura-lo, para evitar que o incomodem.

Telma Oliveira para o Mundo dos Animais, 2008Fontes: hipismobrasil.com.br

O CAVALO SORRAIA – O PRIMITIVO ANCESTRAL DAS RAÇAS IBÉRICAS DE SELA”

Algumas descrições de quem sabe

“(...) É reconhecido por todos os hipólogos, e especialistas em História Natural do gênero Equus, que o Sorraia é o primitivo ancestral dos Cavalos Ibéricos de Sela. Ainda encontrado nos dias de hoje em Portugal, tendo sido cuidadosamente preservado e criado a partir de um rebanho remanescente do Dr. Ruy D´Andrade, o Sorraia apresenta uma forte dominância de genes ligados ao perfil sub-convexo, a uma forte ação de trote e a uma morfologia de corpo compacta similar aos cavalos modernos. Exceto pelo perfil, ele se assemelha em tipo a outro primitivo grupo de equinos – o Tarpan, que vem a ser o ancestral pré-histórico do domesticado Cavalo Indo-Europeu. O Sorraia está inserido no capítulo Equus stenomius, um dos seis grupos de tipos identificados como cavalos selvagens pelo Homem Moderno.

O Cavalo Sorraia apresenta este nome pois advém da região dos rios Sor e Raia, pequenos tributários do Sorraia em Portugal (Alto Alentejo), cujas águas formam a bacia onde estes cavalos são criados. A raça é extremamente rústica e notável por sua habilidade em sobreviver com reduzida alimentação de baixa qualidade. Raramente excedem 1,43 m, mas sendo valente e destemido, o Sorraia popularizou-se entre os criadores de gado e por séculos consolidou sua presença ante os peões que movimentavam seus rebanhos nas províncias do Alentejo e Ribatejo. Atualmente, é significativa a redução do número de animais, ainda que estejam sendo mantidos no estado de rebanho puro pela família D´Andrade não somente por seu interesse como raça preservada nacional portuguêsa, mas também por ser motivo de pesquisa de zoologistas e geneticistas de todas as partes do planeta. Além disso, um número de historiadores está convencido que o Cavalo Sorraia, também presente em grande número na Espanha nos tempos dos Conquistadores, desempenhou um papel de destaque mais relevante, como ancestral dos Mustangs e Crioulos da América do Sul, do que os refinados ginetes Andaluzes ou Alter-Real.

A pelagem do Sorraia é de especial interesse, sendo uma variante do baio claro ao escuro, ou ainda pelo-de-rato, com uma listra de burro dorsal, orelhas escuras e apresentando crinas e caudas fartas de pelos negros, sempre conjugados a pelos da cor do corpo. As pernas são invariavelmente zebradas e durante o verão, com a maior claridade sobre os pelos do corpo, manchas pálidas podem aparecer. É evidente que no Sorraia não se introduziu qualquer fração em tempo algum de sangue oriental ou norte europeu. Este fato nos auxilia a avaliar a influência de outros genes que refinaram o Cavalo Ibérico de Sela na sua progressão séculos afora, especialmente no tocante ao fato que este foi cruzado e re-cruzado com cavalos oriundos do Norte da África desde sua primitiva evolução(...)”


Sylvia Loch – The Royal Horse of Europe.




O Cavalo do Sorraia
“(...) O Cavalo do Sorraia, fielmente retratado em pinturas rupestres, não tem uma grande história como raça doméstica. As suas origens remontam ao antigo cavalo bravo do sul da Península Ibérica. Este cavalo e aqueles outros do Norte de África estão provavelmente relacionados devido à ligação em tempos entre o Sul da Europa e o Norte de África através de Gibraltar. Sendo animais resistentes, de baixo porte, logo foram domesticados e usados para trabalhos domésticos e corridas de touros. Este pequeno cavalo foi o antepassado do famoso cavalo da Andaluzia e da Lusitânia e ainda de muitos outros cavalos europeus e americanos.

De acordo com os registos, estes cavalos foram levados para as Américas pelos conquistadores espanhóis. São bastantes evidentes as suas parecenças com muitas outras raças atuais quer na América do Norte quer do Sul pela cor típica baia-clara/ baia-escura que apresentam e algumas outras características. Ainda mais, por outra lado, análises ao DNA de alguns cavalos americanos mostraram padrões similares, e mesmo idênticos, aos do Cavalo do Sorraia.

Descoberto em 1920, nas lezírias do Rio Sorraia por Ruy D'Andrade, logo adquiriu o nome de Cavalo do Sorraia. Estando hoje em dia à beira da extinção é possível encontrar ainda alguns exemplares numa meia dúzia de lugares, quer em Portugal, quer na Alemanha. Trata-se de um animal que sobrevive com pouco alimento, mantendo-se em prefeitas condições de saúde, resistindo muito bem sob condições climáticas secas e quentes.

Características
Este Cavalo é sempre baio-claro/baio-escuro, com uma face e orelhas mais escuras, uma faixa dorsal mais escura e normalmente bandas em padrão de zebra nas pernas; por vezes uma banda nos ombros ou então bandas mais escuras através do pescoço, ombros e traseira (as crias nascem com um padrão zebra por todo o carpo) e a cauda é frequentemente clara.
A cabeça é algo longa com um perfil convexo. Os olhos estão colocados numa posição alta e as suas orelhas são razoavelmente longas. Possui um pescoço comprido e esguio e as cernelhas são proeminentes e bem definidas. (...)”

Esta página teve a colaboração da Sra. Katy Brown.



“(...)Existem hoje dois centros nacionais de criação Lusitana em Portugal pertencentes ao Serviço Nacional Coudélico (S.N.C.): um é a Coudelaria Nacional de Fonte Boa (C.N.), próxima de Santarém e o outro é conhecido com Coudelaria Real de Alter do Chão (A.R.), no Alentejo, originalmente derivado das fazendas da Família Real Portuguêsa, sendo que neste campo de criação a pelagem castanha é a única admitida, caracterizando-se hoje como uma linhagem derivada do Lusitano. Muitas pessoas consideram que o Lusitano seja a única raça de cavalos originária de Portugal, mas existe outra, que embora apresente um número reduzido de exemplares, é muito provavelmente a semente de fundação dos Cavalos Lusitanos. Este é o Sorraia.
Também apresentando um perfil convexo, é hoje denominado como ‘o cavalo selvagem de Portugal’, cujas origens históricas remontam a 1179 DC, quando era conhecido como ‘zebro’. Sua pelagem é predominantemente baia ou pelo-de-rato, com crinas e caudas refletindo a conjugação de pelos negros e amarelos. Pelo corpo, apresenta patas zebradas e listra de burro na coluna dorsal. Este, muito provável ancestral do Lusitano, é uma criatura extremamente rústica, utilizado em ambientes ibéricos sub-desérticos, e com uma altura na cernelha que não ultrapassa 1.43m. É um verdadeiro cavalo de sela, podendo ser empregado na pecuária e no pastoreio de outros rebanhos, além de estar apto a desempenhar funções de muares como tração de carroças e preparo de terra com arados ou grades. Podem subsistir com paupérrimas condições de alimentação, pastoreando o que sobra do gado bovino, ovino ou caprino.
Sabe-se hoje que Cristóvão Colombo planejou transportar belos ginetes Andaluzes de altíssimo padrão quando iniciou sua viagem pelo Atlântico em busca das Índias, mas para sua raiva, descobriu que alguém os substituíra por ‘pequenos e feios’ cavalos do tipo Sorraia. Este fato, antes de tornar-se uma derrota para Colombo, passou a ser reconhecido como uma bêncão, já que estes rústicos animais não se abalaram com os rigores do viagem oceânica, sobrevivendo em grande número até seu desembarque na América. (...)”


Por WENDY NAZAR

O CAVALO DO SORRAIA – por D. Diogo de Bragança (Lafões)


“(...) Ao lado do cavalo ibérico existe o cavalo do Sorraia.

É um cavalo verdadeiro, embora de pequena estatura (em média 1,43 m).

Difere do Garrano do Norte pelas suas características dentárias, razão por que deve pertencer a uma variedade da espécie E.C. Caballus. E na verdade, estes dentes coincidem no cavalo do Sorraia e no Andaluz de tipo mais puro, com a cabeça de perfil convexo e órbita elíptica um pouco truncada posteriormente; base do crânio inclinada em relação à linha frontal; linha occipito-incisiva inferior à órbita; maxila com o ramo ascendente curto e de curva em ângulo obtuso.

Na forma não é um Garrano; é um verdadeiro cavalo como aqui o entendemos na Península, isto é, um equino como o Andaluz e o Bérbere, seus parentes próximos e mais desenvolvidos pela domesticidade e pelas variações que os cruzamentos neles têm produzido.
Como se descobriu este grupo cabalino?

Há bastante tempos eu já notara que muitos poldros nascidos de éguas de pura raça Andaluza que eu criava no Alto Alentejo (região de Elvas) e outros que tenho visto na Andaluzia e na região do delta do Tejo, nasciam com a pelagem amarelo-palha zebrada, particularmente ainda mais evidente nos de pêlo baio e rato, e também em muitos que, tornando-se posteriormente ruços, de todo perdem o zebrado da pelagem.

Mais tarde, andando à caça na região de Coluche, no baixo Sorraia, numa propriedade chamada Sesmaria, deparei com uma manada de uns 30 indivíduos, mais da metade dos quais eram baios claros, alguns ratos, muito zebrados e com aspecto absolutamente selvagem ou primitivo, como se fossem uma espécie de zebras ou herniones.

Foi-me possível observar de vez, em toda região do vale do Tejo, no Alto Alentejo e no vale do Guadalquivir, animais com esta particularidade de pelagem, de que apontei mais de 300 casos.

Na sua forma é um Andaluz em miniatura, inconfundível com o Garrano. Deles deve ter saído o Andaluz moderno por um fenómeno mutativo, resultante possivelmente de um cruzamento com os Garranos do Norte no seu contacto plurimilenário, ou com os cavalos africanos neolíticos, ou com os númidas da Antiguidade (púnicos), ou com os sarianos da Alta Idade Média (almorávidas).

Montados, têm, quando concentrados, movimentos altos e garbosos.

Como é sabido por tradição histórica e pelo que mostra a iconografia arqueológica, os cavalos de perfil convexo e grande tamanho aparecem pela primeira vez em várias moedas dos Séculos III a I A.C. e no monumento a Marco Aurélio (Século III). Isto indica que o cavalo grande é fruto de um “caso novo” antes desta época, não um facto geral.

São estes os argumentos que me levam a supor que o grupo equino de que aqui trato – o Sorraia, represente um tipo primitivo da Península Ibérica e do qual haja derivado o Andaluz moderno.””

(Apontamentos extraídos do opúsculo O Cavalo do Sorraia, pelo Dr. Ruy D´Andrade, Lisboa, 1945.)”

na obra “ARTE EQUESTRE – PICARIA ANTIGA, EQUITAÇÃO MODERNA” (1997, ed. Inepa-Portugal)


Por todas as observações descritas acima, e comparando-se as fotos modernas de reprodutores e éguas da Raça Mangalarga Marchador originários das criações ‘Favacho’ e ‘Traituba’, principalmente, entre as mais antigas de toda a raça, podemos afirmar com alto grau de precisão que o Mangalarga Marchador finalmente pode garantir seu certificado de origem: pelo lado paterno, descende do nobre garanhão Alter Real que um dia chegou ao Sul de Minas Gerais e que foi empregado em matrizes dos rebanhos dos Junqueira. E, pelo lado materno, a origem destes ventres está diretamente ligada ao cavalo Sorraia, ‘aquele que sobreviveu ao transporte oceânico nos porões das caravelas’.

Cabe-nos agora pesquisar a influência do cavalo Garrano na população cavalar Mangalarga Marchador, pois também se acredita que esta raça estivesse numerosamente presente no Sul de Minas ao início do Século XIX.




quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Adeus Lady

Esta semana, estamos tristes.
Perdemos a Lady, vitima de uma cólica fatal. Tudo foi feito para a salvar ...
Adeus linda, galopa nas nuvens.